A disputa do vôlei feminino na 10ª edição dos Jogos Nacionais do SESI, em Belém, reserva ao público momentos de pura emoção. Foi assim durante a partida classificatória entre a equipe da empresa Aurora, de Santa Catarina, e do Cenibra, de Minas Gerais. O resultado foi 3 sets a 2 para as catarinenses, que seguem na competição, mas o que fica marcado é o espírito de luta da jogadora de ponta do time mineiro, Dagmar Dumont, que passou mal durante o jogo, mas seguiu na disputa até o fim.
A partida chegou a ser interrompida para que Dagmar fosse observada pela comissão técnica, enquanto era apoiada pelas colegas de equipe. Ao final da disputa, a própria atleta contou o que aconteceu. “Eu passei mal, senti o cansaço, porque a maioria das bolas vem em mim. Como o calor aqui está demais, senti falta de ar, devido à asma. Faltou muito ar”, revelou. Durante o jogo, o termômetro apontava 30º C em Belém.
Por sorte foi apenas um susto. Dagmar se recompôs em tempo de seguir na partida e, mesmo visivelmente abatida com o mal estar, tentou até o fim classificar o time do Cenibra, o que para tristeza dela não se concretizou. Mesmo assim, a mineira de Três Pontas – que vive e trabalha como técnica administrativa em Ipatinga – dá exemplo de força de vontade. “O cansaço é muito, mas a vontade de ganhar é maior. Aí vem a superação, porque saímos de longe, treinamos duas vezes por semana, deixamos filhos”, tentava explicar. A lembrança do filho de 11 anos em um momento difícil da eliminação vem junto com um desabafo. “Tenho um menino e sou casada. É muito difícil trabalhar, cuidar da família e ainda arrumar tempo pra treinar. É muita superação mesmo”, admite.
Mas todo sacrifício tem sua recompensa, ainda que não tenha sido em forma da sonhada medalha nesta 10ª edição dos Jogos Nacionais do SESI. “No início meu filho até reclamava da minha rotina, mas agora não reclama mais, porque ele agora joga futebol, é um atleta também e treina três vezes por semana. Ele se espelha em mim, leva minhas fotos nos jornais para a escola dele e me diz ‘mãe, eu quero ser igual a você e viajar também pra jogar’. O meu marido também joga futebol. A família é de atletas”, conta Dagmar aos risos e já recuperada.
A conversa com Dagmar é toda acompanhada pela colega de equipe Sonia Ferrari, que explica o carinho com a amiga atleta e colega de trabalho. “A Dagmar tem esse problema de asma, então a gente sempre tem essa preocupação. Quando ela passa mal vai todo mundo pra cima mesmo ajudar”, assegura.
Sobre o resultado da partida e a eliminação fica a lição. “A gente fica triste, dava pra termos feito melhor. Perdemos nos detalhes, temos que trabalhar a defesa, porque nosso time tem baixinha, tem alta, tem magra, tem gorda... Somos todas trabalhadoras”, justifica Sonia, sem perder a esportiva.
OS JOGOS - Mais de 1.200 atletas de 200 empresas de todo o país participam da 10ª edição dos Jogos Nacionais do SESI, em Belém. As provas, em dez modalidades, começaram na quarta-feira (10) e seguem até domingo no SESI Almirante Barroso, SESI Ananindeua e no Estádio Olímpico do Pará. Acompanhe todas as notícias sobre os Jogos Nacionais do SESI na página da competição. Acesse as fotos no Flickr